quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Fogo





Como o vento que soprava brasas
Perguntava-me o incerto
Se poeta seria...

Respondia à luz do dia
Que não bem o sabia
Mas tinha na casa de meus avós
A força de repostas seguras
Guardadas atrás do portão

A poesia que me vem soprar ao ouvido
Compõe a fórmula de minha antiga alquimia
E reacende um fogo que arde
A me iluminar em sua imensidão
Esta tinta que sai em grafia do coração
Que galopa afoita sobre o chão de versos, diversos
Vindos lá da lonjura do incerto
Que aos poucos se aproximam do que tenho de mais perto
O amor a vida
Sim!
Um amante dela me tenho por certo
E portanto,
Poeta não bem o sou
Pois bem o que sou

Um não repleto 
Que escreve ao seu grande amor

FW

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Baden Powell - Samba de bencao







A tristeza tem sempre uma esperança, de um dia não ser mais triste não!!!



A vida é a arte do encontro!



Então bom encontro!!!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Nascer e morrer das noites






À noite, gosto quando o mar espalma sua mão por sobre a areia e se faz em mosaico de espelhos a refletir todo o monumental universo . Ali fico eu homem pequeno diante daqueles dois gigantes que se fundem num mesmo plano, numa amálgama de mistérios de toda existência desta vida tão louca. Meus pêlos se eriçam e num frenesi existencial minhas mãos ficam quentes, as lágrimas vêm ferventes a se misturar às espumas de prata, ao cheiro do mar, de um todo por vir e que se pode acabar logo ali.

Ah que vontade de um amor
De toda tristeza do seu sofrer
Em solos férteis da saudade
A grama ainda molhada pisar
Num despir do orvalho
Das manhãs de um domingo manhoso
O sol que entra na janela
Com cheiro de manhã dá bom dia
Ah... a alegria!






No entardecer, quando rabos de galo se desenham no horizonte e do topo dum morro de matas e bromélias, já sinto que se faz potencial espetáculo de cinco e tantos minutos como nunca já visto. Logo ali a nostalgia de tantos outros sóis que, enrubescidos ao ver da lua, se caíram por sobre o mar. Gosto daquele logo antes, quando o entardecer dá a última chamada para os lares, como uma sineta de fábrica, alertam os que trabalharam com muita alegria esperando as suas Marias que aguardam com saudade o seus Josés, com tempero de louro, logo logo, o retorno. Os passarinhos voltam ao seus ninhos  e aos poucos tudo vai se calando, tudo vai ficando pra trás... Ah como gosto do silêncio de um entardecer


Dorme meu bem que você também é Iemanjá
O que tanto sofreu se foi
E o que está por vir, não sei
Só sei que morro de amor
Quando cantas a mim “Meu bem”




O amanhecer bom é ao lado de alguém com sabor de beijo, que dá a alegria dum sorriso sem motivo, com gosto de café e bico do pão, a maestria do trigo e das mãos de quem guarnece no alvorecer o seu trabalho. Bom mesmo é o amanhecer não dormido, aguardado por quem não precisou ser despertado, mas estava ali na espreita do nascer daquele que já tinha dado adeus a morrer no horizonte. Ah como se renova a esperança, esta continuidade fantástica da vida que se refaz em ciclos de maestria alaranjada em fios de fogos no céu.

Hoje é dia da cama de quem nada reclama
Nem de amor nem de sofrer
A paz está em adormecer e readormecer
E assim ininterruptamente 
Ao lado de quem não quer que se vá
Menina que se vá a dormir, se vá!
Mas não vá lá sem mim

Amo isto sim!



FW

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Desconsolo




Olha eu aqui pensando em você
Mais uma noite que se vai enfim
E só de saber que estás ai a viver
Faz meu coração querer parar de bater

Ah coração que balança sem razão
Quero pegar naquele pé o céu
Quero beijar as tuas mãos ou não
O gosto do teu beijo doce melão

Quero beber todas tuas ilusões
Que diacho este meu sofrer
Quem sabe hoje abra o portão
E por aquele samba te encontre então


FW