domingo, 24 de março de 2013

As sessões - filme




Baseado em fatos reais, fez parecer real. Feito com alma, desnuda e pura. Helen Hunt é o exemplo mais belo, uma entrega a seu personagem. Não há nada de excepcional senão a simplicidade de uma história bem contada. Bom divertimento.



FW

terça-feira, 19 de março de 2013

Riacho turvo





Quando o porta-voz dum corpo pede ajuda
As lágrimas que correm pelo rosto
Levam por sobre as pedras a água suja
Removendo as cinzas revoltas da nascente
É possível ver então as pedras lá no fundo
Por onde passou o fim do mundo em temporal
Ao imergir os ouvidos na água pura
Pode-se sentir o barulho de paz do nada
O coração se habitua de novo com seu lugar
A fala fica mansa a enxugar a última herança
Aquela lágrima que ainda andava por lá




Fernando Wolf



Paolo Nutini - These Streets live Paléo Festival 2010 - 04


sexta-feira, 15 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

Beijo beijo




Longe longe
Perto perto
O que é certo
Mesmo longe
Perto estar

Tempo tempo
Vento vento
Derruba casa
Nossa morada
No peito refaz

Amo amo
Chamo chamo
Porquanto choro
Sem seu rosto
Minha paz

Volte volte
Logo logo
Vem correndo
Com teu gosto
Teu beijar




Fernando Wolf

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dias de tormenta e paz






Em tudo há algo que se constrói e algo que se destrói. A natureza ganha vida nestes dois estados. Se fosse pétrea, não seria natureza. Nosso coração guarda os mesmos princípios. Por vezes é necessário destruir algo antes construído para que a vida que guardamos no peito se mantenha e se reconstrua das cinzas deixadas.
Tal princípio é válido para todos os aspectos de nossa vida. No amor, vivemos processos de expansão e retração das virtudes e sombras carregadas. Isto tanto pode ocorrer com separações onde não há mais energia capaz de sustentar os laços construídos, quanto dentro de uma mesma relação.
No trabalho, nas conquistas, vivemos períodos de auge e excitação, que tão breves são, quanto os de frustração. Afinal é a dinâmica da vida ocorrendo, em perene permuta, oscilando em suaves e drásticas mudanças.
É necessário o conhecimento da naturalidade que existe no processo da mudança, do construir e destruir que a vida carrega. É necessário entender que também carregamos a estes dois estados. Mimetizamos a vida, a natureza, o que está a nossa volta. A partir deste conhecimento, poderemos sim talvez identificar as estações, e antever a tormentas ou a primaveras plácidas e quentes. Está aí a nuance da maturidade. Com o tempo, já conseguimos identificar melhor, quando vamos precisar nos proteger do frio, mas também sabemos quando já é hora de ir ao campo deitar-se ao sol. Se conseguirmos prever a tudo isso, ou mesmo identificar nossas atuais estações interiores, é possível minimizar eventuais sofrimentos.
Em dias de tormenta, coloquemos nossos casacos, fiquemos mais resguardados em nossos lares, não abusemos de nossos vícios, não alimentemos ao que destrói. Façamos que o furacão seja dentro de um ínfimo copo d’água.
Já nos dias de verão, em que os solos são férteis, plantemos as mais belas flores, cultivemos a bosques com os frutos mais doces. Isso talvez nos resguarde a energia para os dias mais calamitosos. Escrevamos cartas de amor, aos que amamos, aos que perdoamos, ao próximo... Cultivemos as virtudes guardadas, para então poder colocá-las ao sol. Quem sabe todos possam, com a beleza que guardas, se inspirar, se renovar, como já o fizeste tu.


Fernando Wolf

terça-feira, 5 de março de 2013

Porto menina vem cá




Quanta calma ti só
Quanto quero por ti
Ver a lua chegar
Bons seus céus dormir

Beijo-te o sol e o mar
A tua pele sentir
Vasta manhã seu lar
Um belo dia um sorrir

Teu rosto meu viajar
Minha boca tua bem vir
Beijo teus sonhos em fá
Faço tuas rimas em mim

Linda alma que há
Repousa-te o corpo ali
Rio calmo a soprar
Vida por ela seguir

Sopre saudade vem cá
Barco traga-te em mim
Corpo sopre pro mar
Pra amor teu perto sentir


Fernando Wolf