Por que tanta pele, se o que me mantém aceso está no despir
de tua boca?
Por que tantos muros se o que me comove são teus doces olhos em lágrimas?
Por que tantos abraços se o que mantém a ti são tuas idéias
de meus embaraços?
Destitua-se de toda a tua dor e venha a mim como for, nua de
teus véus e vestes...
Julgue como fora a ti ensinado, mas não esqueça de que
aquilo tudo está desgastado
Sufoque-me com tua loucura no verão, mas deixe a mim o frescor
outonizado de tua alma
Fernando Wolf