domingo, 19 de agosto de 2012

Por vezes, volto a reviver o menino
é um presente dado ao peito
Sentado naquele velho balanço de jardim
A viver a inocência de um amor de altar
que insiste ali, num rumar sem fim

É... já é sabida a dor do porvir
Mas, veja bem, os ausentes já não o podem mais sentir
Afinal é um presente , não pedido, nem implorado
Pois que mal tem vestir os retalhos
para afagar o arrepio da pele,
que desfalece por nada ter


Ah sim, o discurso em monólogos incansáveis
de cartas escritas e guardadas
nunca (!) jamais enviadas
afinal a mão treme na vastidão da incerteza
na suspensa beleza deste velho advir

O usual silêncio, já não conforta mais
é preciso agora ouvir aos sonetos educados
de segredos não revelados
Que fazem emudecer desampontado
O garoto relembrado, daquele jardim
A balançar em suas mais doces desilusões pueris