quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Voa menino






Voa menino voa
A recantos brandos de teu coração
Se tão longe mora tua paz
menino voa,
Vá para onde foge a razão

Feche os olhos como se fosse beijar a vida
Naquela infância... de tolerância
Onde acariciavas o tempo,
como um amigo de teu íntimo
Um assopro no bolo, um momento bom

 Voa menino voa, para bem longe, longe do chão
 Para onde repouses a alma
Escute-a então, no teu sagrado e chore
Enquanto te pedem para ficar com os olhos abertos
Por algo que não amam...
Por algo que fazem sem nenhum prazer

Voa agora, menino voa
Se desfaça das vestes que carrega
Tens em ti a chave, as benesses, as tuas preces
Tens as lembranças de tudo que corre no peito,
Que ama o sujeito refletido
 No lago sereno de sonhos bons
Que mostra a vida, de como é vivida
As coisas sofridas, em meio a guaridas de um nada fugaz

Meu menino voa,
Por oceanos agora podes cruzar
Vendo a calma por sobre nuvens negras
Sob o sol, tens o teu novo lar
Voa para o ventre que te fez salvar
As tarde de manhã segura,
em tua envoltura por sobre o olhar

Sabe menino,
Se um dia voares para longe
Este alguém será ninguém, e não importará mais
Se tens seguido teu próprio caminho,
Sabes que ele é duro, reto e sofrido
Mas agora podes, eu sei que podes
Voar!

Então voa,
Repousas tranquilo por sobre o Jequitibá
E lá quem sabe talvez, um dia
Venha um sabiá lhe assoviar
As tristezas de tempos sofridos
Transformadas em canto do seu próprio pranto
Num nunca mais chorar



Voa menino filho voa
As vestes que cria são ilusões
De antigos achados em quimeras
Quando buscavam soluções
Mas a vida mostrou a eles
Que o jogo não tem razão
Basta ser, basta viver
Como se tudo fosse o pão

Ah menino velho
Por que guardas tantas mágoas no coração?
Se tua mãe falava que devias
Seguir simplesmente a tua razão
Mas se teimas em resolver
O teu destino em se perder
Saibas o preço a pagar
Esta em jogo o próprio viver 
Pois então voa enquanto podes
O teu caminho ninguém vai escolher

Tua sina é tua glória
Insana capta a tua história
Em tristes refrãos de solidão
Repetes ciclos de compreensão

Pois voa menino voa
Teu limite é teu véu, todo o teu céu
Tens as máscaras a vestir, tens a vida a suprir
Mas de qualquer maneira
Sabes a besteira de não viver
A sofrer por sobre o mundo
E em um segundo se perder
És os inicio de tudo, és o fim do mundo
És o idílio a se solver 


Fernando Wolf

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