terça-feira, 29 de janeiro de 2013




Sei que me esperas
como se o tropismo fosse nossa matemática

Sei que me chamas
     em teus desejos contidos
           em teus beijos perdidos

Sei que me guardas
   em um retrato feio em tua estante
          Tem algo ali de errante

Sei que te levas
     a caminhos que não querias estar
  Por ali caminhar, pelo mero andar


Sei que me esqueces
  A cada vinho um desbotar
Uma lágrima a menos, a secar


Agora levas leve tua vida distante
   junto a certeza não obstante
         de um novo amor, uma nova dor



Tens a bênção em ti do amar
    detens o belo do sofrer
                       Tens uma vida a zelar


Num irremediável tempo de rescisão
                                Um contrato frágil
                 Dum começo vão
Nossas vidas se ataram
  e agora se vão
    vão com o vento,
com o tempo,
        vão...


Fernando Wolf

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