segunda-feira, 21 de maio de 2012

Que saudade tenho dos sapatos baixos
Da poesia de tornozelos finos e delicados
De cada detalhe feminino ali observado
Dos versos que davam forma ao livro de teu corpo
No saber do sentido de cada sílaba
Dos segredos teus em mim bem sedimentados
Num repouso por sob o peito do que havia de sagrado

Que saudade tenho das vestes franzinas
Do perceber o que já era antigo e desbotado
De lembrar sempre a ocasião de cada vestido
A iluminar vestígios de beijos arrancados
Daquilo sentido, o amor de detalhes guardados
Dentro de minhas caixas ficam ali jogados

Que saudade tenho de guardar tua história
De fazer de cada sopro perfumado de tua boca
Retalho costurado em minhas memórias
De poder ser testemunha de teus passos
Que bailavam em compassos doces
À melodia de um amor com toda sua cor




Fernando Wolf

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