quarta-feira, 20 de abril de 2011

Amor pequeno





Gente que vai, gente que pouco viu
Desfalecem na angina de nossas almas
Que choram por almas pequeninas
Levadas muito cedo, cedo de mais...

Tinham nas mãos o pulsar da vida
Eram futuros pintores geniais de suas histórias
Futuros interrompidos, risadas subtraídas
Amores não vividos... Vento leva frágil...

O sangue machuca, ferve em lágrimas
Dói mesmo em olhos muito machucados
O horror não nos amortizou ainda
Um mero consolo ao inconsolável

Eram tão amadas, tão vivas, tão belas!
Interromperam o amor sem aviso
E dos que ficaram no vendaval
Ainda ali o amor com os de mesma dor

Algo em mim diz que foi ato sem amor
Foi brisa fria sem sentimento
Um coração que não batia direito
Ainda não vejo raiva, só dor...

Indigerível senão fosse o tempo
Talvez um sempre, um eterno entalar na goela
As chagas ainda estão abertas...
O vento ora sopra ora queima a pele

Meu Deus... Eram tão pequeninas de vida...
Flutuam agora em brisas macias
E lembranças de amor sopram seus rostos
Vão com Deus pequeninos amados

Dedicado às vítimas da escola do Realengo
Fernando Wolf

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