Presa em suas próprias pétalas
Ela vertia o néctar de sua tristeza
De um dia ser como cravo neutro
Sem vermelho
Não queria mais vermelho
Não queria mais ser vista de longe e ter perfume
Sonhava ser branca, como a parede
Poder viver desapercebida
E viver em paz
Mas acordou renascida
Em meio à uma fenda entre a rocha
E se viu rosa sem cravos
Seu perfume era intenso
Sua tez era sangue quente
Era rosa, na sua mais sincera natureza
Com espinhos
Que somente quem lhe trouxesse delicadeza
Poderia sentir o afago de sua face
Era rosa
Pois lhe era direito!
O perfume que corria
Por entre os cravos,
Por entre o capim
Ou por entre qualquer coisa
Era correnteza
E não havia quem segurasse
O desabrochar de suas pétalas
FWaMay
Um encontro fortuitto de leitura!
ResponderExcluirMuito lindo e profundo poema. Obrigada!
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