domingo, 11 de maio de 2014

A coragem dos medos




Com o espírito que se fez pesar
Envolto por ataduras de sentimentos
Esgotado por toda a confiança investida
Da segurança por dentre os burgos 
Por detrás de muros de palha
Exausto...
Insistia mais uma vez na doçura do advir
“Se um dia fosse farto,
Viveria em terras de mel
Uma vida boa desfrutaria
Uma boa vida seria?"


Eram devaneios, discursos internos
De interlocutor: a injúria do nunca serei
E por entre seus caminhos tortuosos
Era ela melancólica 
A estrada encurtada, o fim da jornada
Que se fazia soprar ao ouvido:
"Seja agora todo sentidos
Escute-me bem
Se não quisestes até então feliz ser
Verás que agora nada mais és
Senão um ser pequeno
Pois já não há mais tempo
Seja breve...
Já não lhe cabe mais a esperança
De tolos e seus relógios
És agora liberto dos teus medos
Pois o que mais temia, já lhe beijou a face
Olhe para trás... seja como for...
Nesta terra que lhe serviu um dia de chão
Só o que lhe resta ainda de pão
É o perdão do teu breve adeus”



Virtuosa é a coragem de desfrutar
Em antecipadas ações
O sugar de toda a essência
Desta tão inteligível finitude
Destilada em verdades mastigáveis
E por ali agir, dançar e pintar
Obras verdadeiras em sentidos
Fora de toda covardia de ser
Com a força do maior dos medos
Sorte a de viver ali, a vida em si
Pura pelo simples existir





FW


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