terça-feira, 24 de setembro de 2013
Ludovico Einaudi - Primavera
Que a primavera aqueça o que há de mais aquecível de dentro de um peito
Que um novo ciclo se desabroche e uma nova colheita seja farta, seja sorte
Que uma divina luz atravesse as nuvens plúmbeas e carregadas deste inverno
Ilumine as moradas, aqueçam nossas faces e tragam a esperança
De dias bons, de flores nos jardins, de parques e seus querubins
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Meus Olhos
De quem são estes olhos?
Até bem pouco tempo pareciam tão meus
Embebiam-se em tormentas
Secavam ao sol o orvalho dos dias de tristeza
Brilhavam com alegria os domingos de xácara
Um menino com os olhos do coração
Estes olhos não parecem mais meus
Tomo um susto no relance do reflexo
Parecem um vulto, de rugas e cansaço
Talvez um pouco mais seguros de si,
Mas não, a segurança não habita mais ali
Pelo menos não é mais sincera,
Parecem querer esconder algo, um receio
Mas ali também um olhar de aceitação
Aceitam agora a sua densidade, afagam a retidão
Ah mas eles mudam sim, por vezes!
Em relances de sorrisos da alma
A acompanham logo de imediato
Mudam de feições, brindam as doces ilusões
Fazem lembrar que estes olhos são de alguém sim
Num instante esquecem os traços carregados do tempo
Revivem uma criança de olhos redondos
Espantados, mas com a certeza de suas pernas
Deitados na esperança, naquela breve esperança
Ali sim, os olhos meus, no sorriso daquele menino
Fernando Wolf – Um brinde aos 28
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