sábado, 3 de março de 2012

Menina

Menina!
Naquele dia eu conheci a distância entre a gente
Vi teus olhos azuis transparentes ainda inocentes
Eles refletiam os meus, descrentes, de tempos a mais

Ei menina,
Contava-te lances envolventes, mas meus dentes
Estes já não enganavam nem mesmo ao mais sagaz
Mostravam tristeza pelos véus que a tapas e socos
Foram caindo aos poucos

Mas não desanime,
Se tu tens as feridas ainda tão certas
 Veja em minha face as cicatrizes cobertas
Pois fique tranquila,
Isso também um dia, vai passar

Eu sei!
Tu me falas que nunca mais ficará com outro cara
Mas teu coração ferido ainda terá um dia sua fala
Felizes e belos perfumes de beleza,
Que também, acredite, vão passar...

Ora entenda,
Que não sou um alguém triste como dizes
E nem tu deves o ser, minha pétala alva e delicada...
Dispas as tuas nobrezas e tenhas certeza
Que o teu coração voltará a respirar

Minha cara,
Tenha certeza da tua beleza rara
Que não repousa só em tuas vestes
Mas vos acompanha em tua bela morada
A ecoar na fluidez de tua alma


Pois venha!
Venha comigo agora, vou botar-te a dormir
Contar-te uma história afável e mansa
Para que durmas tranquila em tuas lembranças
E sintas no nascer do sol, um novo regozijar...


Eu beijo tua fronte
E por novos caminhos sobrepostos
Sem olhar para trás,
Eu sigo por entre portas distantes
E despeço-me de minha luz

Adeus,
Com a tua mocidade branda
Recoste agora o teu rosto sobre as mãos
Que acariciam todos os teus dons
Durma agora por sobre
O suave destino que te guarda 



Fernando

Nenhum comentário:

Postar um comentário