segunda-feira, 20 de junho de 2011

Saudade



Retalhos de lembranças que já se foram
Onde as dores já se fizeram escuras e crescidas
(ainda bem não?)
Fazem o espírito triste a recordar seu banzo
Era bom, como era, sentir o tempo passar
Sem saber que o amanha poderia chegar

Sim, mas os pedacinhos se fazem lembrar
Lampiões alumiam as doces recordações
Ao me acordar de um sonho bom
No sentir o cheiro de pão da padaria
Nos retratos alegres na sala de estar
Nas tardes de ventos quentes a soprar

Logo, sem saber o porquê, escorrego
A um passado fragmentado da memória
Num tocar da alma que se faz saudosa
E começa, sem mais nem porque, a chorar
Por quem e por dias que insistiram em ficaram lá
Fazem de mim criança, quão bom é relembrar...

Se pudesse, criaria outros infinitos recordares
Só para outra vez, na embriagues de um futuro
Valer-me mais outras mil vezes das lembranças 
Num ir e vir do coração, sem mão, a velejar
Em um presente a se fragmentar em passado
Pudesse eu, outras mil vezes, pelo agora chorar...

Fernando Wolf

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