sábado, 25 de dezembro de 2010

Mar que envolve a pele com ternura

Oceano infinito que dorme nas areias de nossos mundos

Nas noites quentes de verão seu perfume vem de encontro ao rosto

Faz-nos caricias que lembram com prazer o que já se foi

O nascer e morrer do seu irmão iluminado o faz ainda mais belo

Hipnotiza até o mais precavido

Só por estar ali, já governas os poemas mais apaixonados





Mar sombrio de águas desconhecidas

Seu horizonte reto guarda seus mistérios

Suas águas são plúmbeas e gélidas, qual o medo em meu peito

Guarda histórias de mágoas e naufrágios já esquecidos pelo tempo

Ora outra engole sem pudor a vida tão frágil

Imprevisível, da placidez a tormenta, muda seu humor

Mostra seu poder sem razão, daí a sua imensidão.





Vejo o mar ao longe, ele me convida a um passeio

Amigável quais outras épocas em que me jogava sem medo nos seus devaneios

Mas tantas vezes já me mostrou sua força

Imprevisível tal qual a vida

O mar que oferta é irmão próximo dum oceano que leva

Perene dubiedade, hora pai impetuoso hora mãe afável

Neste eterno ir e vir





Oceano de imensidão sem fim

Mostra-se também finito ao esbravejo de suas ondas

Ao te mirar, vejo a vida como é

E ao banhar-me em suas águas me sinto vivo

Vou ao mar, vou à vida, sinto sua fúria





Mar, ó mar, me leve a portos que eu desejar

Mas se me desejares outros destinos, que sopre minhas velas sem exitar

Ao menos estarei em algum lugar, não só a te admirar

Ao menos saberei que fui ao mar.



Fernando Wolf

Um comentário:

  1. Ah, o mar.. Fonte de inspiração do mundo inteiro :)
    E você se superando a cada postagem no blog!
    Parabéns, Fernando!! Adorei!

    ResponderExcluir